
Herói é quem num muro branco inscreve O fogo da palavra que o liberta: Sangue do homem novo que diz povo e morre devagar de morte certa. Homem é quem anónimo por leve lhe ser o nome próprio traz aberta a alma à fome fechado o corpo ao breve instante em que a denúncia fica alerta. Herói é quem morrendo perfilado Não é santo nem mártir nem soldado Mas apenas por último indefeso. Homem é quem tombando apavorado dá o sangue ao futuro e fica ileso pois lutando apagado morre aceso. Ary dos Santos, in 'Fotosgrafias'
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