07/06/09

Poema para Sócrates, pela coragem



Herói é quem num muro branco inscreve O fogo da palavra que o liberta: Sangue do homem novo que diz povo e morre devagar de morte certa. Homem é quem anónimo por leve lhe ser o nome próprio traz aberta a alma à fome fechado o corpo ao breve instante em que a denúncia fica alerta. Herói é quem morrendo perfilado Não é santo nem mártir nem soldado Mas apenas por último indefeso. Homem é quem tombando apavorado dá o sangue ao futuro e fica ileso pois lutando apagado morre aceso. Ary dos Santos, in 'Fotosgrafias'

Sem comentários:

Enviar um comentário