somente em benefício próprio, não importando os meios utilizados para alcançar o seu objetivo. Além disso, são desprovidos do sentimento de culpa e dificilmente estabelecem laços afectivos com alguma pessoa — quando o fazem, é simplesmente por puro interesse. Os psicopatas geralmente falam muito, expressam-se com encanto, têm respostas espertas e contam histórias — muito improváveis, mas convincentes — que lhes deixam numa boa situação perante as pessoas. O psicopata tem uma auto-estima muito elevada, um grande narcisismo, um egocentrismo fora do comum e uma sensação onipresente de que tudo lhe é permitido. Ou seja, sente-se o ‘centro do universo’ e se crê um ser superior regido por suas próprias normas. É compreensível que, com tal percepção de si mesmo, pareça diante do observador como altamente arrogante, dominante e muito seguro de tudo o que diz. Fica evidente que ele procura controlar os outros e parece incapaz de compreender que haja pessoas com opiniões diferentes das suas. Mentir, enganar e manipular são talentos naturais para o psicopata. Quando é demonstrado o seu embuste, não se embaraça; simplesmente muda a sua história ou distorce os factos para que se encaixem de novo. A convicção com a qual o psicopata conta a sua história vem acompanhada da crença de que o mundo se encontra dividido em dois grupos: os que ganham e os que perdem, de tal modo que lhe parece um absurdo não se aproveitar das fraquezas alheias. Na realidade, os psicopatas usam metáforas, já que, no seu comportamento enganoso e manipulador, a linguagem florida e figurativa joga uma parte importante.
Vicente Garrido
Sem comentários:
Enviar um comentário