18/08/11

Para ti meu filho, neste dia incomparável que me tornas-te mãe, um poema de um homem singular...

Herói é quem num muro branco inscreve

O fogo da palavra que o liberta:
Sangue do homem novo que diz povo
e morre devagar de morte certa.


Homem é quem anónimo por leve
lhe ser o nome próprio traz aberta
a alma à fome fechado o corpo ao breve
instante em que a denúncia fica alerta.


Herói é quem morrendo perfilado
Não é santo nem mártir nem soldado
Mas apenas por último indefeso.


Homem é quem tombando apavorado
dá o sangue ao futuro e fica ileso
pois lutando apagado morre aceso.
Ary dos Santos

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