entre a adoração da acção e o uso do homem como meio de atingir fins
que não são o homem. Como há uma ligação aproximada entre este desespero e a
acção, entre a razão e a acção. A proeminência dos valores da acção sobre os da
contemplação indica, sobretudo, que o homem abandonou totalmente a busca duma
ideia aprazível do homem e o desejo de o colocar como fim. E que na
impossibilidade de agir segundo um fim, ou de agir para ser homem, ele decide
agir de qualquer maneira, apenas para agir.
O homem de acção é um
desesperado que procura preencher o vazio do seu próprio desespero com actos
ligados mecanicamente uns aos outros e compreendidos entre um ponto de início e
um ponto de conclusão, ambos gratuitos e convencionais.
Alberto Moravia
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